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Santa Maria Eufrásia Pelletier (Rosa Virgínia)

 

Rosa Virgínia cresceu a amar a natureza; gostava de brincar com as suas amigas. Era muito delicada e fiel na amizade. Um dia uma colega ofereceu-lhe o desenho de uma rosa onde escreveu: “Rosa, eu nunca te encontrei com espinhos!”

Aos 11 anos fez a sua Primeira Comunhão.

Foi uma criança feliz, piedosa, dinâmica e marota, líder por natureza. Atraíam-na as coisas difíceis, gostava de arriscar!

Ao fazer a sua oração da noite, fazia o exame de consciência e pedia perdão a Deus das suas travessuras. Rosa Virgínia Pelletier é a sexta dos sete filhos do casal Julian Pelletier e Ana Mourain.

Os pais eram naturais da Vendée, região do Oeste da França onde a população é maioritariamente monárquica e muito crente.

Estamos em 1794, em plena revolução. A Igreja foi perseguida e, sobre o casal caiu a suspeita de ajudarem um sacerdote a fugir da perseguição e como médico, o Dr. Pelletier tratar indiferentemente monárquicos e republicanos, pelo que a 11.02.1794 foram detidos e as portas de sua casa em Soullans seladas. Eles foram levados a pé, para o Castelo de Noirmoutier que servia de prisão. Os seus cinco filhos entre os 3 e os 10 anos foram recolhidos pelos parentes e vizinhos. Eles são julgados a 10.05.1794 e postos em liberdade. Mas são obrigados a permanecer na ilha, para ficar ao serviço de todos, exercendo a sua profissão.

Foi neste ambiente familiar, e num clima politicamente conturbado, que Rosa Virgínia nasceu  a 31 de Julho de 1796 e foi batizada clandestinamente. Filha única do após-Terror, porque os pais não tinham sido ainda autorizados a ir procurar os seus filhos. Só a 18.11.1796, o dr. Julien Pelletier pode voltar a Soullans à procura dos 5 filhos deixados brutalmente dois anos atrás.

As perturbações apaziguam-se, todavia a ilha fica marcada pelos anos de violência. Rosa Virgínia, rezava sempre 5 Pai Nossos, 5 Avé Marias e 5 glórias... pela Igreja lembrando o tempo da perseguição.

 

Tinha um temperamento forte, pelo que um dia, uma Religiosa do Colégio onde estudava, manteve com ela este diálogo:          Rosa, tu serás um anjo ou um demónio!

  • Não! Eu serei Religiosa!

  • Tu, com esse temperamento?!

  • Bem sei que terei de lutar, de me corrigir, mas serei Religiosa!

1810 - Rosa Virgínia tem 14 anos. A sua mãe, devido à situação de vazio em que vivia a família, marcada pela situação política e morte do Sr. Pelletier, decide deixar Noirmoutier, voltar a Soullans para junto da família e confiar Rosa Virgínia, a uma amiga, a Senhora Chobelet, diretora do pensionato da Associação Cristã em Tours para completar os seus estudos. A decisão foi imposta a Rosa Virgínia e isto será para ela uma profunda ferida.

 

Rosa Virgínia teve que deixar as suas raízes: - a casa onde nasceu, a sua ilha as suas amigas, a sua mãe... Uma rutura em sua vida, um sofrimento que a esmagou, como ela mesma dirá mais tarde: " Verdadeiramente eu estava muito infeliz Eu chorei muito. Não compreendia o porquê de me enviarem para tão longe da minha família..." Com o anúncio da morte da mãe a 11.06.1813, (Rosa Virgínia nunca mais a tinha visto) afirma: "Eu julguei morrer de dor! “Então voltei-me seriamente para Deus, senti-me amada por Ele, com um amor pessoal indescritível..." No Colégio tinha um comportamento exemplar. Ali encontrou uma professora ainda jovem, que a apoiou muito na decisão da sua vocação e com quem manteve uma amizade profunda durante toda a vida.

 

Das janelas do colégio, Rosa Virgínia via um outro, que lhe chamava a atenção. Descobriu que se tratava de um “Refúgio de Nossa senhora da Caridade”, isto é, de um colégio de jovens com dificuldades morais e sociais, entre outras e era orientado por religiosas que tinham sido Fundadas por S. João Eudes no século XVII. Rosa quanto mais as conhecia, mais se encantava, e sentia bem profundo o apelo de Jesus que a chamava a dedicar a sua vida ao serviço daquelas jovens e mulheres.

Decidiu então responder com toda a sua generosidade apesar da incompreensão da directora do Colégio e sobretudo da falta de autorização por parte do seu tutor, pois era de menor idade. Conseguiu finalmente licença para entrar, com a condição de que só faria a Profissão quando atingisse a maior idade.

A 20.10.1814, entrou para o noviciado. Na altura de mudar o nome de baptismo, como então era habitual, escolheu chamar-se Teresa, mas a Superiora sugeriu-lhe que escolhesse o nome de uma Santa menos conhecida... Rosa Virgínia procurou no livro dos santos e tendo encontrado o nome de uma santa de que nunca ouvira falar optou por esse nome: Ir. Maria de Santa Eufrásia. Durante o Noviciado, dedicou-se à leitura e estudo da Bíblia, o que lhe valeu muito pela vida fora, pois em todos os momentos sabia encontrar a resposta bíblica mais acertada.

A 9 de Setembro de 1817 faz a sua Profissão Religiosa. Dedicou-se com alegria e entusiasmo a trabalhar com as jovens. As que mais sofriam eram aquelas que lhe mereciam maior atenção e carinho.

Quando tinha 29 anos foi nomeada Superiora da Comunidade. Então, pode dar largas à sua acção apostólica. Entre outros, foi-lhe pedido fazer uma Fundação na cidade de Angers. Cheia de alegria e entusiasmo partiu à frente das fundadoras. A Casa que foram habitar era uma fábrica em ruínas. Em Angers passaram por muitas dificuldades. Não tinham dinheiro para farinha, não tinham camas, dormiam no sótão sobre uns montes de palha. Para comprar velas para se alumiarem, faziam uns molhos de cenouras que uma jovem ia vender na praça... Apesar de tudo, era seu lema nunca fechar as portas a uma jovem que viesse pedir ajuda. Dizia que embora passando por grandes necessidades, tinham uma milagrosa providência a velar por elas. Deus tornava essa providência presente, particularmente através do Conde de Neuville que se desprendeu de tudo quanto tinha em favor da Obra nascente. Este grande benfeitor sendo muito rico, acabou por morrer em extrema pobreza!

 

Deus fala através dos acontecimentos, a Obra cresce e são necessárias forças jovens que se entreguem a tão grande missão. Os Conventos eram todos autónomos, as Irmãs não podiam passar de uma casa para outra, nem prestar ajuda entre si. Tornava-se urgente arranjar uma forma de se poderem ajudar mutuamente. Deus inspirou à Madre Maria de santa Eufrásia a ideia de um governo central e é por esta causa que se vai debater e passar por grandes sofrimentos até conseguir a aprovação do Santo Padre.

A partir de então surge uma nova Congregação: Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor. Esta Congregação vai desenvolver-se rapidamente e espalhar-se pelos cinco continentes. Quando morreu, aos 72 anos, com um cancro, a Madre Maria Eufrásia deixava 110 casas abertas e florescentes nos cinco Continentes.

O seu sentido missionário era tão grande que dizia: “Já não quero que se diga que sou francesa, alemã, americana ou inglesa, eu sou de todos os países onde houver pessoas a salvar!”

 

Deixou muitos escritos, sobretudo cartas que tinham sempre um cunho muito pessoal e muito afectuoso.

Algumas frases suas, que ficaram célebres e são autênticos lemas de vida:   

"Uma pessoa vale mais que o mundo!”

"A gratidão é a memória do coração!

"Nada é impossível ao amor!"

"Para fazer a vontade de Deus eu percorreria o mundo inteiro!"

"O amor nunca diz basta!"

Passou toda a sua vida fazendo o bem, estando ao lado dos que mais precisavam, sobretudo das jovens por quem dedicava um carinho muito especial.

Morreu a 24 de Abril e por isso celebramos nesse dia a sua festa.

Antes de morrer, disse para não nos preocuparmos, pois de junto de Deus nos ajudaria mais.

Deixou como herança às suas filhas espirituais o zelo pala salvação das pessoas.

Foi canonizada a 2 de Maio de 1940 por Pio XII.

Pensamentos de Santa Maria Eufrásia:

 

“O amor nunca diz basta”

 

“Nada é impossível ao amor”

         

“Sede zelosas! Deus tem grandes planos sobre cada uma de vós”

 

“Permanecei firmes em Deus como o rochedo no mar”

 

“A gratidão é a memória do coração”

 

“Deixa que Deus atue. Ele sabe bem o que é melhor.”

 

“Que o zelo seja o barco que vos conduz”

 

“Seja Deus a nossa bússola e a nossa luz”

 

“Tomai sempre o Pastor dos pastores como vosso modelo”

 

“Encontrai coragem refrescante em Deus”

 

“Felizes as pessoas que vivem no amor”

 

“O amor é a nossa bandeira”

 

“A misericórdia de Deus é ilimitada”

 

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